O primeiro minuto da 21ª Sessão Ordinária transcorreu em silêncio. O gesto de pesar pelos 500 mil brasileiros mortos em decorrência da pandemia do coronavírus foi proposto na abertura do encontro pelo presidente da Câmara Municipal de Arujá, Gabriel dos Santos (PSD). “Quero me solidarizar com as famílias afetadas por essa mazela”, alentou.
A marca trágica de meio milhão de mortos foi retomada na primeira fala da Palavra Livre pelo vereador Divinei Silva (PL). Crítico da persistência do governo federal em indicar o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, o liberal cravou: “No momento que estamos vivendo, não dá mais para discutir cloroquina ou qualquer outro protocolo que não seja a vacinação em massa”.
Ainda segundo Divinei, o Presidente da República deveria visitar os hospitais e constatar a situação que ele próprio presenciou. “Enquanto 500 mil pessoas perdem suas vidas, o presidente fica dando voltinha de moto, causando aglomeração. Não é o papel dele, não pode ser a postura de um presidente. Ele precisa de uma agenda propositiva de trabalho. Ele concordando ou não [com a vacinação], o povo está morrendo”, concluiu o parlamentar.
Em Arujá, desde o início da pandemia foram registrados 283 óbitos, segundo informações da Secretaria de Saúde do município. “Nos últimos dias, atendi ao menos seis famílias arujaenses que perderam entes queridos”, lamentou Divinei.
Contraponto
Em linha oposta em relação ao chamado tratamento precoce, o vereador João Luiz Soares (PSD) disse acreditar na eficácia de certos medicamentos, que ele próprio consome há mais de um ano. A posição coaduna com declarações e protocolos defendidos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Sobre o meio milhão de brasileiros mortos, o vereador opinou que o número de vítimas seria menor não fosse a orientação de “ficar em casa” e se dirigir aos hospitais somente quando o paciente sentisse falta de ar. Para ele, o empecilho para o tratamento precoce foi a politização do tema.
João Luiz ainda criticou o protagonismo do senador Renan Calheiros a frente da CPI da Covid-19, alçado, segundo ele, a “queridinho da imprensa”, e fez votos de que o vírus seja derrotado “com vacina, com remédio, com chá de erva cidreira, com o que for”.
Proposituras
Na sessão, ainda foram aprovadas 70 indicações de melhorias no município e 22 requerimentos de informações dirigidos ao Poder Executivo. Uma moção de aplausos (nº 33/2021), de autoria do vereador Uelton de Souza Almeida (PSDB), o GCM Uelton, foi aprovada em homenagem aos motoboys, ciclistas e motoristas que trabalham com entregas durante a pandemia.
Ativa Idade
Foi aprovado em 1ª votação o projeto de lei nº 302/2021, de autoria do vereador Reynaldo Gregório Junior (PTB), que institui o programa de incentivo a reinserção de idosos no mercado de trabalho. A propositura estabelece a criação de ações para capacitação, reciclagem e requalificação profissional de pessoas dessa faixa etária através da inclusão digital; disponibilização de informações sobre vagas; combate ao preconceito contra o idoso, seja no ambiente de trabalho ou no processo de contratação, entre outras ações.
Durante a sessão, o autor da propositura definiu sua aprovação como um gesto de respeito aos idosos. “Espero viver muito ainda, e sempre estar presente e tendo a oportunidade de figurar no mercado de trabalho”, declarou o vereador.
Transporte escolar
Atendendo a uma demanda da categoria dos condutores escolares, três vereadores propuseram e tiveram aprovado pelo Plenário o projeto de lei nº 18343/2021. Na prática, a propositura amplia de 10 para 15 anos o limite de idade de veículos usados no transporte escolar, e de 15 para 20 anos quando estes veículos forem ônibus ou micro-ônibus. Segundo os parlamentares proponentes, a medida visa dar um “fôlego financeiro” à categoria, fortemente impactada pelas restrições impostas pela pandemia. A proposta é de autoria dos vereadores Vinícius Henrique Alberto Bernardo (Rede), o Vinícius Pateta, Rafael Santos Laranjeira (Rede) e Uelton de Souza Almeida (PSDB), o GCM Uelton.