Arujá possui 235 pacientes na fila de espera por aparelhos auditivos e uma demanda reprimida próxima de 3 mil exames de imagem, informou a Secretaria Municipal de Saúde durante audiência pública de prestação de contas realizada em maio na Câmara Municipal. Tanto os aparelhos quanto os exames devem ser atendidos pelos serviços de referência do governo estadual.

Os números foram apresentados pela diretora de regulação da pasta, Patrícia Elias do Prado em resposta a questionamento feito pelo vereador Genilson Moto (PT).

“No caso dos aparelhos auditivos o papel da regulação do município é inserir a demanda na lista de espera para que o Estado enxergue a necessidade”, explicou. Segundo Patrícia, o governo estadual costuma liberar de uma a duas vagas para Arujá a cada dois ou três meses.

O trâmite para liberação do aparelho implica no encaminhamento do paciente a um serviço de referência – no caso o Instituto Reouvir da Hospital das Clínicas, em São Paulo – uma nova avaliação, atualização dos exames, entre os quais, o de audiometria, a moldagem e liberação da prótese. “Após a instalação do aparelho, o paciente ainda passa por um período de treinamento para aprender a utilizar o equipamento”, salientou.

Em relação aos exames de imagem, especialmente a ultrassonografia, Patrícia destacou que o atendimento à demanda de Arujá levaria, pelo menos, dois meses de uma agenda rotineira. “No caso da ressonância magnética, o paciente ainda precisa ter outros exames que justifique a realização e a resposta nunca é imediata. Pode levar até 40 dias”, afirmou ao complementar que a situação fica ainda mais “travada” quando são casos de exames que exigem contraste ou sedação.

Diante da situação, o vereador Genilson Moto (PT) falou da importância de a Câmara cobrar maior agilidade do governo estadual na redução da fila e se comprometeu a solicitar emenda parlamentar para ajudar a “zerar a fila de exames” na cidade.

O petista aproveitou para anunciar que solicitou ao deputado federal Alencar Santana (PT) a viabilização de recursos para instalação de Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Mirante e antecipou que destinará todo o recurso de suas emendas impositivas à saúde.

Genilson também solicitou informações sobre o trabalho de apreensão de animais de grande porte. O serviço, conforme informou o secretário, será terceirizado. Processo está em andamento na Secretaria de Saúde.

Estado da arte

Outros vereadores também questionaram a equipe da Saúde, especialmente, o secretário Leonardo Santos dos Reis sobre o “estado da arte” de ações e obras coordenadas pela pasta.

Vinícius Pateta (Rede) pediu informações sobre o prazo de entrega da UTI Neonatal, a construção da UBS do Jardim Emília, a ampliação do programa de equoterapia e a limpeza de terrenos baldios no Município.

Confira as respostas:

UTI Neonatal: obras em andamento. Instalação de novo serviço exigiu obras em área externa do hospital.
Equoterapia: secretaria trabalha para trazer atendimento para Arujá e reduzir tempo de deslocamento de pacientes.
UBS Jardim Emília: início das obras previsto para agosto/23.
Limpeza de terrenos: Saúde tem feito trabalho conjunto com Secretaria de Serviços para recolhimento de entulhos por meio do programa Cidade Limpa.
Reforma do canil: projeto foi revisto pela Secretaria de Saúde para ampliar número de baias.
Pró-Criança: ordem de serviço foi liberada em janeiro e obras estão em andamento.

Jean da Padaria (PDT) solicitou ao secretário esclarecimentos sobre os critérios de escolha dos bairros para recebimento do programa Saúde nos Bairros e como a secretaria organiza a distribuição de medicamentos nas farmácias durante o período de férias de funcionários.

Confira as respostas:

O secretário adjunto Danilo Silva informou que o critério para recebimento do Saúde nos bairros é a distância e a falta de unidade de atendimento próxima. Ele estuda, no entanto, a possibilidade de fazer ações pontuais, inclusive, no Núcleo Vicente Matheus – que já foi visitado pela equipe.
Farmácias: secretaria está “dando conta” e reclamações são pontuais, informou Leonardo. Atualmente, há sete profissionais de farmácia na rede.

Renan de Arujá (Rede) perguntou à equipe sobre a demora no atendimento a pacientes, principalmente durante os finais de semana, no PAM Barreto e como está o funcionamento das farmácias aos finais de semana – uma reivindicação do parlamentar.

Secretário informou que já colocou um terceiro clínico para atendimento às segundas-feiras, além de um emergencista.
Ele informou que aumentou o número de pediatras no PAM Barreto – agora são três – e durante a semana manterá os três clínicos. Ele admitiu que a demanda foi “subestimada” e que os números do PAM Barreto são similares ao do PA Central.
Cerca de 50 atendimentos são feitos nas farmácias da rede durante o final de semana, afirmou o secretário.

Luiz Fernando (PSDB), relator da Comissão de Saúde, pediu explicações sobre andamento de obras, entre as quais, a do hospital municipal.

Confira as respostas:

Hospital: obras aceleradas e adiantadas em, pelo menos, 15 dias. Estudo de solo concluído. Já foi liberado um pagamento para a construtora.
Reforma UBS Arujá: houve necessidade de readequação do projeto para inclusão de viela e terrenos ociosos do entorno no perímetro da UBS. Prazo de entrega mantido: seis meses, informou o secretário.
Ampliação Centro de Especialidades: obra está sendo feito com “sobras” de recursos transferidos pela Prefeitura à organização social que administra o equipamento e que não foram utilizados devido à redução de atendimentos no período da pandemia. Serão construídas novas salas para atendimento.
Reclamações sobre avaliação oftalmológica nas escolas: ação integra programa Saúde nas Escolas, que atendeu mais de 10,1 mil crianças da rede pública de ensino. Desse total, 938 fizeram exames e 27 apresentaram problemas de visão. “Erros foram pontuais e já corrigidos”, garantiu secretário.

Finanças

No primeiro quadrimestre de 2023, foram destinados R$ 124 milhões a execução de ações, serviços e programas da Secretaria de Saúde sendo que 64% desse valor saíram dos cofres do Município. Outros R$ 28 milhões vieram da União e R$ 15 milhões do governo estadual.

Além dos parlamentares citados, também participaram da audiência pública a vereadora Profª Cris do Barreto (PSD), presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, e os vereadores João Luiz (PSD), Pastor Samoel Maia (Republicanos) e Divinei Silva (PL) - esses dois últimos membros da Comissão.

Da Secretaria de Saúde compuseram a mesa com o titular da pasta e a diretora de regulação, os secretários adjuntos Danilo da Silva Santos e Clovis da Silva Hatiw Lú e a diretora de Finanças, Lívia Renata da Silva Pereira.

A íntegra da audiência pública está disponível no canal oficial do Legislativo no YouTube. Clique aqui.

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