Vereadores de Arujá também repudiaram as declarações do deputado estadual Arthur do Val (sem partido), o Mamãe Falei, sobre as mulheres ucranianas. 

Em áudio enviado a um grupo de WhatsApp e tornado público no dia 5/3, o parlamentar diz que “as mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres”, insinua a intenção de retornar ao País para conhecer outras mulheres, ignorando o crime de turismo sexual, e compara a fila de refugiadas a de uma balada em São Paulo.

O deputado viajou para a Ucrânia com o objetivo, segundo ele, de oferecer ajuda humanitária a populaçæo do País, atualmente, em guerra contra a Rússia.

Na Sessão Ordinária de 7/3, a posição do parlamentar paulista, considerada sexista, foi alvo de duras críticas dos vereadores arujaenses.

Quem puxou a fila dos discursos condenando a atitude de Mamãe Falei foi o vereador João Luiz Soares (PSD). “Não poderia deixar de mencionar a fala abjeta desse deputado, Mamãe Falei, que foi capaz de trocar o olhar humanitário, de compaixão, por um olhar de promiscuidade, de sexualidade, numa tentativa de se aproveitar do sofrimento das pessoas, principalmente, das mulheres que estão frágeis e desesperadas. É uma fala abjeta e eu não poderia deixar de registrar o meu repúdio”, afirmou em Tribuna.

Até então integrante do mesmo partido do deputado (Mamãe Falei se desfiliou do Podemos em 8/3) o vereador Roberto Daniel Duarte (PODE), o Renan de Arujá, afirmou que o seu partido não compactua com atitudes como a de Arthur do Val e lamentou a postura do legislador. “Quero me solidarizar com as mulheres ucranianas e tenho certeza que nem o Podemos, nem qualquer brasileiro, concorda ou concordou com a fala infeliz desse deputado”, afirmou. Em seu pronunciamento, Renan de Arujá demonstrou sua indignação diante da situação vivida pela Ucrânia que, em sua opinião, tem sido atacada de forma injusta pela Rússia.

Única vereadora da Câmara de Arujá, Cristiane de Araújo Pedro de Oliveira (PSD), a Profª Cris do Barreto, afirmou que Mamãe Falei não tem caráter e só poderia ser chamado de homem por conta do gênero. “Ele não teve um pingo de decência com a Nação Brasileira, com as mulheres brasileiras e com as mulheres ucranianas, que estão chorando pela perda de seus filhos, de seus maridos e de seus parentes na guerra e estão sendo obrigadas a buscar refúgio em outros países. Dizer que mulheres pobres só servem para turismo sexual é, no mínimo, indecente”, concluiu.

Para Samoel Maia de Oliveira (Republicanos), o Pastor Samoel Maia, Mamãe Falei deveria ter seu mandato cassado. “Ele tornou-se sinônimo do falso moralista”, pontuou.

Divinei da Silva (PL) também fez questão de se manifestar contra as declarações do deputado. “Não é possível que, em um clima de guerra, alguém saia de nosso País, levando dinheiro alheio, dado a ele de bom coração, para, a princípio conduzir uma missão humanitária, e utilize essa viagem para fazer tratativas sexuais”, lamentou ao fazer um alerta aos eleitores: “Esse homem foi muito bem votado e é importante que as pessoas prestem atenção porque daqui a pouco ele estará de novo na rua. E aí, o que ele defenderá?”, questionou.

Cassação

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) abriu processo de cassação do mandato do deputado Mamãe Falei (sem partido) por quebra de decoro parlamentar. Em uma primeira fase dos trabalhos, o Conselho de Ética juntou os 21 pedidos de cassação protocolados em um único processo disciplinar, aberto na última quarta-feira (9/3). Mamãe Falei terá cinco dias úteis para apresentar sua defesa. Fonte: O Globo