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29 novembro 2017
Semana da Consciência Negra da Câmara destaca necessidade de combater resquícios da escravidão
Semana da Consciência Negra da Câmara destaca necessidade de combater resquícios da escravidão
O evento em comemoração à Semana da Consciência Negra em Arujá destacou a necessidade de a sociedade brasileira manter a luta contra o racismo. Ainda que tenha prestado homenagem a profissionais negros e afrodescendentes de prestígio nas mais diversas áreas de atuação, autoridades e convidados reconheceram que o preconceito e a discriminação permanecem no Brasil. “Algumas pessoas não entendem a importância do 20 de novembro porque não sabem o que significou para nossa etnia ter sido trazida à força da África. Não sabem o que significa saber que nossos ancestrais morreram na senzala, à base de chicotadas”, afirmou o vereador Gabriel dos Santos (PSD), responsável pela organização da atividade.
*A escravidão no Brasil ocorreu entre os séculos XVI e XIX. Nesta época, os negros chegaram a representar 75% da população brasileira. Estima-se que cerca de 4,9 milhões chegaram ao País para trabalhar como escravos na agricultura e na mineração.
Gabriel ressaltou a capacidade de superação do povo africano e alertou para a situação atual, que coloca os negros e, principalmente, a mulher negra em condição inferior na sociedade e expostos à violência. "Mesmo diante das adversidades o povo negro soube utilizar da criatividade. Vejam o samba, a feijoada, um prato que se tornou típico e famoso aqui, feito à base de pedaços dos porcos jogados pelos senhores à senzala. Hoje, temos de lutar pelo fim da violência contra as mulheres e contra as formas modernas de escravidão", conclamou.
Reportagem publicada no site do Estadão pela jornalista Nana Moraes, especializada em Direito da Mulher revela que o assassinato de mulheres negras aumentou 54,8% enquanto de mulheres brancas caiu 9,8%; em 2013, 13 mulheres morreram a cada dia vítima de feminicídio, isto, é, assassinato em função do seu gênero.
O presidente do Legislativo, Abel Franco Larini (PR), o Abelzinho, abriu a solenidade. A Banda da Guarda Mirim entoou o Hino Nacional Brasileiro e um trecho do filme Amistad foi exibido, lembrando a história de liberdade dos negros nos Estados Unidos. Aliás, o ex-presidente americano Barack Obama teve uma de duas frases destacadas na placa entregue aos homenageados e sua biografia reconhecida como exemplo.
“A história nos faz acreditar que a assinatura da Lei Áurea ocorreu pela bondade de uma princesa branca, mas não. Foi por conta da luta dos negros”, pontuou Renato Bispo Caroba (PT), que discursou em nome do Legislativo, destacando que a pouca representatividade de negros e afrodescendentes em postos de comando, na política e nas faculdades demonstra a desigualdade provocada pela cor da pele.
Os dados ratificam claramente esta diferença exposta pelo vereador entre negros e brancos no Brasil. **Conforme informações da EBC, os negros, soma daqueles que se declaram pretos e pardos, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são maioria da população brasileira, 52,9%. Essa população, no entanto, ganha menos da média do país, que é R$ 1.012,25, segundo dados do IBGE de 2014. Entre os negros, a média de renda familiar per capita é 753,69 entre os pretos e R$ 729,50, entre os pardos. Os brancos têm renda média de R$ 1.334,30.
O vice-prefeito Márcio José de Oliveira (PRB), o Dr. Márcio Oliveira, disse que o 20 de novembro é uma data para reflexão e reconheceu: “Há uma dívida impagável do Brasil com os negros”.
O empresário Ciderlene Justino de Souza, um dos homenageados, fez questão de ressaltar o papel de Zumbi dos Palmares. “Esta data não foi instituída para que levantemos e digamos: Que bom ser feriado! ou Que pena, não ser feriado em minha cidade também! Essa data é uma oportunidade de refletir e não foi escolhida aleatoriamente. Ela é uma homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, que morreu lutando pela liberdade”, relembrou.
Último a discursar, o prefeito José Luiz Monteiro (PMDB) afirmou de forma categórica “a paz só vira quando formos realmente iguais”. “Ao contrário de meus pais, de origem portuguesa, os africanos foram arrancados da África; eles não queriam sair de lá. Serviram para que o Brasil implementasse um sistema excludente, violento e de escravidão. Precisamos nos conscientizar e ter mais pessoas com o espírito de Angela Davis e Malcom X. Precisamos lutar contra a xenofobia, o racismo, a homofobia. Não podemos continuar aplaudindo somente negros cantores, jogadores de futebol, dançarinos. Meu sonho é ver negros físicos, químicos, médicos”, disse ao finalizar: “A sessão termina, mas a luta não. 20 de novembro, sempre!”
Prestigiaram o evento, realizado em 17/11, os vereadores Cristiane Araújo Pedro (PSD), a Profª Cris do Barreto, Edval Barbosa Paz (PSDB), o Profº Edval, Luiz Fernando Alves de Almeida (PSDB), o Luiz Fernando, Rafael Santos Laranjeira (PSB), o Rafael Laranjeira, Edimar do Rosário (PRB), o Pastor Edimar de Jesus, além de secretários e representantes da sociedade civil organizada.
Foram homenageados os seguintes profissionais e lideranças de Arujá:
Anelise Oliveira Santiago – Professora
Antônio Manoel Reis Santos – Juiz de direito
Ciderlene Justino de Souza – Economista
Cirdilei Ferreira da Silva – Empresária
Débora Aparecida Januário –Publicitária
Edson Araújo da Silva, Edson Pelé – Empresário e ex-jogador de futebol
José Carlos da Silva, Zequinha, comandante da GCM – Arujá – Luiz Fernando
Lindalva Santos Bezerra - Líder comunitária
Luiz Carlos Gomes - Luizão, Motorista
Maria Neuza de Oliveira, Nina - Funcionária pública municipal
Olímpio de Carvalho - Guarda Civil Municipal
Fontes:
*InfoEscola: https://www.infoescola.com/historia/escravidao-no-brasil/
**Agência Brasil EBC: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-11/educacao-reforca-desigualdades-entre-brancos-e-negros-diz-estudo
Assessoria de Comunicação
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Publicado em 29/11/2017
Fotos: Imprensa/CMA
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